O Valor das Coisas

Sentei na varanda de casa, eram 07:46 da manhã e o sol estava forte. Ao meu lado tinha uma caneca cheia de café, e do lado do café tinha um livro velho de romance. Antes que eu abrisse o livro e descobrisse um novo mundo parei por um instante e pensei no meu mundo, nas coisas que tenho feito, nos meus sonhos, nas pessoas ao meu redor, nos meus amigos, e por fim pensei no meu bem estar. Fiquei me perguntando se eu realmente estava bem, se as pessoas ao meu redor e meus amigos faziam bem para a minha vida, se eles me deixavam mais feliz ou mais triste... porque sempre tive uma dificuldade em lidar com pessoas, acho que qualquer ser humano tem essa dificuldade. Cheguei a conclusão que algumas coisas precisavam ser mudadas, eu precisava mudar também.
Passei boa parte dos meus dias questionando porque as pessoas mudam tanto, algumas não mudam porque querem, outras mudam porque querem. E, algumas mudanças não eram boas, eu chegava até a não reconhecer pessoas de tão mudadas que elas estavam. Na vida você tem que saber o que é bom pra você e o que não é, jogar fora o que te machuca e o que não te deixa bem, e tentar ver que você também pode mudar, mas para o bem.
Nem sempre é fácil deixar alguém pra trás, nem sempre é fácil ser deixado pra trás também. Não digo que se alguém te fez algo ruim você tem que fazer também, digo que você tem que saber pesar o que mais vale salvar e o que não vale...
Algumas vezes achamos que se deixarmos alguém de lado talvez esse alguém dê valor a você, mas nem sempre é assim, é nessa hora que você vê se a pessoa realmente gosta de você ou se pra ela tanto faz. Se o caso for o "tanto faz" realmente, meu querido, você fez a coisa certa, deixou de lado alguém que não estava sendo fiel a sua amizade. As pessoas merecem uma segunda chance e merecem a nossa empatia, mas uma coisa é você ser bom outra coisa é você errar e saber que ta errando em dar mais uma chance a alguém que já teve várias chances e as desperdiçou.
Enfim, fui jogar alguns textos velhos fora, algumas tintas secas e sujas também. Aquela roupa no fundo do armário que nem uso mais, aquele cachecol que me pinicava mas que eu usava porque era o único que eu tinha, aquela bota que estava apertada mas que eu gostava da cor.
Depois dessa mudança toda eu voltei e sentei na varanda, olhei o sol e senti uma alegria muito grande em poder contemplá-lo. Não pagamos para ver o sol e ainda assim existem pessoas que nem saem de dentro de casa porque não querem ver ele, preferem ficar na escuridão do seu mundo interior. É tão idiota, porque se um dia tivermos que pagar pra ver o sol talvez as pessoas darão mais valor a ele, por necessidade ou por vontade, realmente porque seria bem difícil de vê-lo. Ou quase impossível. Pode parecer engraçado isso que estou falando, mas como muita coisa anda cara e as pessoas dão mais valor a coisas erradas, talvez um dia teremos que pagar pra ver as coisas mais simples da vida.